O escritor Audir de Araújo Paiva autografa a 2ª Edição Revista e Ampliada do livro O Berço dos Araújo Paivas de sua autoria. (Foto: Regilania Alves Silva)
Mesa da presidência a partir da esquerda: Na tribuna Dr. George Macário; na mesa Dr Cícero França - Secretário de Saúde de Crato, Dr. Raimundo Bezerra Filho - vice-prefeito de Crato, empresário Fernando Leite de Lacerda - presidente do Rotary Club de Crato, Dr. José Huberto Tavares de Oliveira (Bebeto) - presidente do Instituto Cultural do Cariri, Dr. Audir de Araújo Paiva - homenageado com o diploma de acadêmico da cadeira nº 35 do ICC e autor do livro o Berço dos Araújo Paiva lançado na mesma solenidade, ao lado sua esposa, professora Irani Ulisses Paiva; - Dr. Aglezio de Brito - homenageado com o diploma de acadêmico cadeira nº 30 do ICC - Instituto Cultural do Cariri; Dr. Fabrício Calou - presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Seção do Crato; e o empresário Francisco José Pierre. Dr. Aglézio de Brito recebe das mãos do Acadêmico Dr. Jurandy Temóteo, o Diploma de posse na cadeira n º 30 do Instituto Cultural do Cariri a qual tem como patrono o jurista Clóvis Beviláqua (Foto: Regilania Alves Silva) Dr. Audir de Araújo Paiva recebe das mãos da sua esposa, Irani Ulisses Paiva o Diploma de posse na cadeira n º 35 do Instituto Cultural do Cariri a qual tem como patrono o magistrado Raimundo Norões Milfont (Foto: Regilania Alves Silva)
Solenidade
Em sessão solene o Instituto Cultural do Cariri, realizada às 19:30h do dia 30 de março de 2012 tomaram posse os novos acadêmicos: Dr. Aglezio de Brito na cadeira nº 30 a qual tem como patrono Clóvis Beviláqua ; e Dr. Audir de Araújo foi empossado na cadeira nº 35 a qual tem como patrono o Dr. Raimundo Norões Milfont.
Presidiu a solenidade Dr. José Huberto Tavares de Oliveira (Bebeto), atual presidente do Instituto Cultural do Cariri.
Dr. Manoel Patrício de Aquino, acadêmico e ex-presidente do Instituto Cultural do Cariri fez a saudação aos novos membros acadêmicos: Drs. Aglézio de Brito e Audir de Araújo Paiva - leu um resumo da biografia dos empossados, disse que a instituição recebia duas pessoas das mais conceituadas, preparadas e respeitadas e que todos que fazem o instituto estão felizes.
A sessão solene teve dois importantes atos, Inicialmente foram realizados os atos de posse dos seus novos membros em seguida ocorreu o Lançamento em Crato da 2ª Edição do livro O Berço dos Araújo Paiva de autoria do Dr. Audir de Araújo Paiva.
Dr. Aglézio de Brito fez a apresentação do autor e discorreu sobre o livro. Em resumo disse o seguinte:
“Tive a honra de fazer a apresentação, em Crato, do lançamento da obra “O Berço dos Araújo Paiva”, em sua 1ª edição, de autoria de Audir de Araújo Paiva.
Neste Livro, Audir abre as cortinas da sua vida, da sua família e da família de sua mulher Irani, exibindo para o mundo uma das mais perfeitas histórias da vida real, cujas cenas são marcadas pelo exemplo da união, do amor, do trabalho honesto e da perseverança, que nasceram das mesmas raízes do seu tio-avô Manoel Evaristo de Paiva, fundador da sua Terra Natal, São Miguel do Tapuio, no Estado do Piauí; e dos seus avós maternos, Francisco Alcântara e Maria José de Paiva e os paternos, Francisco Avelino de Sousa e Maria Gonçalves de Araújo, floresceram com João Martins de Araújo e Dona Maria do Carmo de Araújo, pais de Audir, e produziram frutos da qualidade de Ary, Audir (I), Aníbal, Ailton, Adilson, Almy, João, Anésio, Gracinha e o próprio Audir, autor deste livro. Esta árvore familiar exemplar ainda safreja com intenso vigor, contribuindo, sempre, para a força e a beleza dos Araújo Paiva, com o trabalho profícuo de Sheila, Shírley, Samea e Audir Filho, filhos de Audir; e com o verdor gratificante da alegria trazida pelos netos: Felipe, Victor, Audir, Lara e Júlia.
“O Berço dos Araújo Paiva” não é, entretanto, somente a história de uma família. E se somente assim o fosse, já valeria a sua leitura, pela narrativa plena de exemplos de vida, escrita em excelente estilo literário, de uma diversidade sequencial palpitante, que mantém o leitor preso em sua leitura contextual, do começo ao fim do livro.
A obra constitui-se num compêndio da História do Piauí, notadamente de São Miguel do Tapuio e da História das cidades cearenses de Potengi e Crato, cidades que adotaram Audir, cujos capítulos, inseridos de maneira magistral no bojo desta produção literária, deverão fazer parte, além das bibliotecas, dos livros adotados nas escolas dos respectivos Municípios, para o ensinamento da história sócio-econômico-cultural, política e étnica dessas regiões do Nordeste do Brasil.
De parabéns, portanto, a comunidade intelectual e o público, de maneira geral, pela 2ª edição de “O Berço dos Araújo Paiva”.
Biografia Dr. Raimundo de Norões Milfont
Patrono da cadeira nº 35 do Instituto Cultural do Cariri
Por Audir de Araújo Paiva
Raimundo de Norões Milfont nasceu na cidade de Crato, aos16 de abril do ano 1891, na antiga Rua do Fogo – hoje Rua senador Pompeu – filho de Oriel de Norões Maia e de dona Guilhermina Milfont de Norões. Seu pai era primo do Padre Cícero Romão Batista. Seus avós maternos foram Joaquim Milfont e Antônia Maia Milfont. Casou-se em Crato, no ano 1916 com Alzira de Norões Milfont. O casal gerou os seguintes filhos: Wilson de Norões Milfont, Maria Nilza de Norões Milfont, Guilhermina de Norões Rocha, Hildete e Francisca Teresinha de Norões Milfont.
O Dr. Raimundo de Norões Milfont foi um dos mais eminentes cearenses, cuja inteligência, patriotismo e devotamente à causa pública marcaram época.
Dr. Raimundo de Norões Milfont foi advogadoJuiz, jornalista, professor universitário, deputado estadual e farmacêutico.
Homem probo inteligente, versátile de mentalidade progressista, honrou a terra natal e os cargos que exerceu, ao falecer, deixou uma descendência ilustre que lhe cultua o nome e a memória.
Estudou em Fortaleza, onde no dia 8 de dezembro de 1922, diplomou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Ceará e foi o orador da sua turma de formandos.
No ano de 1936, como advogado e representando dos padres Salesianos de Juazeiro do Norte, Raimundo Norões Milfont ajuizou uma Ação de Reintegração de Posse visando a retomar as terras do Sítio Baixa Dantas em Crato, então ocupadas pelo Beato José Lourenço.
Foi redator do jornal O Crato, colaborador da Gazeta do Cariri, revista a Província e de outras publicações de caráter científico.
Publicou:
1 -Da Prescrição Aquisitiva (monografia com 50 páginas);
2 - Nulidades de Alienação Ilícitas (razões de apelação);
3 – Medicamentos Opoterápicos.
4 – Publicou ainda o poema “Divino Amor” em que lamenta, compungido, a dolorosa perda da pessoa amada. (In A província nº 2, 1954, página 59).
Dr. Raimundo de Norões Milfont era um apaixonado pela Farmacotécnica e Farmácia Industrial, para completar os seus conhecimentos, também se diplomou em Farmácia pela Faculdade de Farmácia e Odontologia de Salvador Estado da Bahia.
No Crato, exerceu a docência de História Natural no famoso Ginásio do Crato, depois foi Catedrático da Faculdade de Farmácia e Odontologia da Universidade do Ceará. Exerceu a magistratura com esmero, foi Juiz da Comarca de Barbalha, onde se aposentou como magistrado.
Exerceu o magistério como farmacêutico por concurso de títulos e provas na faculdade de Farmácia do Ceará. Foi membro da associação dos Magistrados Brasileiros, Instituto dos Advogados, Associação Nacional de Farmácias do Ceará, Associação de Farmacêuticos do Brasil, Associação de Farmácia e Química do Ceará. Foi sócio honorário do Grêmio Raimundo Gomes.
Tomou parte no 4º Congresso Brasileiro de Farmácia , realizado em Salvador, Bahia no ano 1950, onde foi indicado para relator de várias teses de Farmacotécnica e Farmácia Industrial.
Dr. Raimundo Norões Milfont foi também Vereador na Câmara Municipal de Crato, deputado estadual, eleito vice-presidente da Assembleia Estadual do Ceará no ano de 1935, sendo, ainda, membro da Comissão Permanente e Presidente da Comissão de Constituição e Justiça.
Inscreveu-se para o concurso da Cadeira de Direito Civil, na Faculdade de Direito do Ceará, mas o golpe de Estado de 1937 suspendeu o referido concurso. Também perdeu o mandato de Deputado Estadual em 1934, por consequência do referido o golpe de Estado, que fechou todas as Assembleias Legislativas estaduais no Brasil.
Dr. Raimundo Norões Milfont - Um homem por todos os títulos, digno e de vasto cabedal de cultura e padrão de civismo e dignidade. Ao se aproximar dos seus 70 anos de uma vida dedicada ao bem, faleceu em Fortaleza, aos 25 de março do ano 1961.
O seu nome foi dado a uma Escola Pública no sítio Poço Dantas, Distrito de Santa Fé e a uma Rua no Bairro Vilalta na sede do município de Crato.
Bibliografias consultadas:
Aquino, J. Lindemberg – Roteiros Biográficos das Ruas do Crato;
Borges, Raimundo de Oliveira Borges – Crato Intelectual 1995;
Revista – A Província, nº 2, Ano 1954, página 59;
Revista Itaytera – nº 25, Ano 1981, página 69;
Recorte de artigo de J. Lindemberg de Aquino, publicado em jornal de Fortaleza, no ano 1991, no qual J. Lindemberg registrou a passagem do centenário de nascimento do Dr. Raimundo Norões Milfont.