Avenida Beira Mar - Fortaleza
Ceará. Monumento Iracema, "a virgem dos lábios de mel", personagem do
Romance do escritor José de Alencar.
A estátua de Iracema, inaugurada em 1965, primeiro centenário do Romance
Iracema (1865-1965) de autoria do escritor José de Alencar e homenageia a
personagem do escritor e é localizada onde a índia esperava o retorno de Martin
Soares Moreno. A obra foi esculpida pelo artista pernambucano José Corbiniano
Lins e retrata não apena a personagem símbolo do Romance, mas o momento em que
o Guerreiro Branco, seu filho e seu fiel cão deixam a praia em uma Jangada. A
estátua de Iracema representa ainda a força da luta de nossa gente. A escultura
de Iracema foi recuperada em abril de 2008, durante as comemorações dos 280
anos de Fortaleza.
Em seu livro com o título Iracema (1865) José de
Alencar, atinge seu romance mais bem estruturado, sob o ponto de vista
estético. Iracema é o exemplar mais perfeito de prosa poética de nossa ficção
romântica, belíssimo exemplo do nacionalismo ufanista e indianista, com o qual
Alencar contribuiu com a construção da literatura e da cultura brasileira.
No romance há um argumento histórico: a colonização
do Ceará, que se deu em 1606. Nele há a presença de personagens históricos:
Martim Soares Moreno, o colonizador português que se aliou aos índios
Pitiguaras e Poti, Antônio Felipe Camarão.
Através do romance entre Iracema e Martim, José de
Alencar romantizou o processo de colonização do Ceará, simbolicamente
representativo do processo de colonização do Brasil.
Iracema apresenta uma espécie de conciliação entre
o branco e o índio, na medida em que romantiza a dominação de um povo pelo
outro.
Desta forma insere nos códigos artísticos do
Romantismo europeu a temática do processo de colonização do país. Com a obra se
inaugura o mito heroico da pátria, de natureza indianista.