Contam que um discípulo de Buda, certa vez, perguntou-lhe: “Mestre, como podem essas pessoas que vêm ao templo vestidas apenas de trapos, que nada possuem a não ser uma tigela para pedir, como podem essas pessoas ser felizes?” Ao que o Mestre respondeu: “Essas pessoas, que nada possuem a não ser uma tigela, são felizes porque não pensam no futuro, nem no passado. Elas são felizes porque pensam apenas no presente”.
A lição de Buda mostra que a felicidade, antes de ser um objetivo de vida, perseguido, buscado, é muito mais um estado de espírito, uma atitude de vida e como tal, deve ser praticada no dia a dia. Isso implica numa disciplina de felicidade.
Há um ditado que diz: A felicidade não está no fim do caminho. A felicidade é o próprio caminho.
Para nós, que vivemos em sociedade, a felicidade está intimamente ligada á interação entre as pessoas, no que se chama de relacionamento. Esse relacionamento nem sempre é harmônico. Conflitos normalmente acontecem, mas o caminho da felicidade é procurar resolve-los pacificamente. O segredo é a empatia.
Empatia é a capacidade de avaliar o sofrimento dos outros. É a capacidade de se colocar no lugar do outro, de olhar a situação pelo ponto de vista do outro. Assim, procedendo, você evitará muitos conflitos, pois entenderá as razões do outro. Colocar-se no lugar do outro é um dos caminhos da paz, da felicidade.
James Hunt, autor de “O Monge e o Executivo”, disse que “a confiança é a cola que une os relacionamentos”. Para cultivar a mútua confiança, é preciso estar junto, estar disponível, desenvolver a atenção, o diálogo, saber ouvir.
Antigamente uma correspondência levava meses para ir de uma cidade a outra, transportada por um mensageiro a pé. Com a evolução dos tempos, veio o cavalo, o barco, o trem, o avião, que reduziram as distâncias e o tempo.
Hoje, uma mensagem é transportada a uma velocidade de 8.400 km/segundo, quase instantaneamente. As pessoas se relacionam com o mundo através da Internet. Mas, nesse mundo globalizado, essas mesmas pessoas se entocam, se enclausuram, deixam de conviver, de simplesmente estar uns com os outros, pelo simples prazer de estar junto.
A sociedade de hoje prima pela pobreza relacional. É raro um amigo visitar o outro, muito mais difícil é fazer novas amizades.
“Não fique só”, disse dom Helder Câmara. O caminho da felicidade é procurar velhos amigos para conversar, discutir projetos, compartilhar dúvidas e inquietações. É aproveitar as oportunidades de se fazer novas amizades.
Se observarmos uma solenidade de casamento há pessoas que se retiram antes do término da cerimônia religiosa e correm para o salão de recepção, se apossam das mesas com a finalidade de guardar lugar para amigos e familiares. Outros já vão direto ao local da festa, nem passam pela cerimônia. Quando os outros convidados lá chegam, as mesas, que normalmente tem dez lugares, já estão todas ocupadas muitas vezes por apenas um casal cada. Se perguntar: “Esses lugares estão disponíveis?” A resposta será a mesma: “Não, a família está a caminho.”
Essa é uma atitude egoística. Muito raro seremos salvos por encontrar lugar em uma mesa ocupada por alguem que nos convida a tomar assento a sua mesa. Se isso acontecer, vocês nem imaginam como é maravilhoso a experiência de compartilhar idéias, pontos de vista, opiniões e impressões com outras pessoas especialmente se forem recém-conhecidos.
Quando vamos sozinhos ao restaurante a maioria das pessoas prefere almoçar sem a companhia de estranhos, mas quando sentamos com alguém, via de regra surge uma prosa interessante, pois todas as pessoas são interessantes. Sempre temos algo a aprender com alguém, por mais inesperado que seja.
É bom partilhar as nossas inquietudes com outras pessoas. Elas se sentem importantes e valorizadas, e sempre têm alguma contribuição a nos ensinar. Muitos relacionam felicidade com a satisfação de seus desejos. Porém o desejo só existe enquanto não for alcançado. Você pode pensar que será feliz somente se, por exemplo, obtiver certos bens materiais. Porém, alcançar um desejo é apenas o início de novos desejos. No momento em que você o realiza, surgem outros, você passa a desejar mais, pois sempre haverá algo a ser almejado.
Outros confundem felicidade com prazer, porém, a felicidade que advém unicamente do prazer é instável, frágil, especialmente se for prazer físico. Uma vez desaparecido o objeto do prazer, ela deixa de existir.
Para os budistas, a felicidade é desapego, é libertação dos desejos. Para eles, as boas ações que você vai acumulando formam o seu “Campo do Mérito”, constituído pelos registros positivos de nossa mente, que resultam de todas as ações positivas.
O estoque de mérito é que vai determinar as condições favoráveis para as vidas futuras, dizem eles. Um meio de acumular méritos envolve a tolerância, respeito, confiança nas outras pessoas.
A felicidade está diante de nós, aqui e agora. Não a deixemos passar.
(Adaptação do texto "Onde Está a Felicidade" publicado no blog do Rotary Club do Crato)
A lição de Buda mostra que a felicidade, antes de ser um objetivo de vida, perseguido, buscado, é muito mais um estado de espírito, uma atitude de vida e como tal, deve ser praticada no dia a dia. Isso implica numa disciplina de felicidade.
Há um ditado que diz: A felicidade não está no fim do caminho. A felicidade é o próprio caminho.
Para nós, que vivemos em sociedade, a felicidade está intimamente ligada á interação entre as pessoas, no que se chama de relacionamento. Esse relacionamento nem sempre é harmônico. Conflitos normalmente acontecem, mas o caminho da felicidade é procurar resolve-los pacificamente. O segredo é a empatia.
Empatia é a capacidade de avaliar o sofrimento dos outros. É a capacidade de se colocar no lugar do outro, de olhar a situação pelo ponto de vista do outro. Assim, procedendo, você evitará muitos conflitos, pois entenderá as razões do outro. Colocar-se no lugar do outro é um dos caminhos da paz, da felicidade.
James Hunt, autor de “O Monge e o Executivo”, disse que “a confiança é a cola que une os relacionamentos”. Para cultivar a mútua confiança, é preciso estar junto, estar disponível, desenvolver a atenção, o diálogo, saber ouvir.
Antigamente uma correspondência levava meses para ir de uma cidade a outra, transportada por um mensageiro a pé. Com a evolução dos tempos, veio o cavalo, o barco, o trem, o avião, que reduziram as distâncias e o tempo.
Hoje, uma mensagem é transportada a uma velocidade de 8.400 km/segundo, quase instantaneamente. As pessoas se relacionam com o mundo através da Internet. Mas, nesse mundo globalizado, essas mesmas pessoas se entocam, se enclausuram, deixam de conviver, de simplesmente estar uns com os outros, pelo simples prazer de estar junto.
A sociedade de hoje prima pela pobreza relacional. É raro um amigo visitar o outro, muito mais difícil é fazer novas amizades.
“Não fique só”, disse dom Helder Câmara. O caminho da felicidade é procurar velhos amigos para conversar, discutir projetos, compartilhar dúvidas e inquietações. É aproveitar as oportunidades de se fazer novas amizades.
Se observarmos uma solenidade de casamento há pessoas que se retiram antes do término da cerimônia religiosa e correm para o salão de recepção, se apossam das mesas com a finalidade de guardar lugar para amigos e familiares. Outros já vão direto ao local da festa, nem passam pela cerimônia. Quando os outros convidados lá chegam, as mesas, que normalmente tem dez lugares, já estão todas ocupadas muitas vezes por apenas um casal cada. Se perguntar: “Esses lugares estão disponíveis?” A resposta será a mesma: “Não, a família está a caminho.”
Essa é uma atitude egoística. Muito raro seremos salvos por encontrar lugar em uma mesa ocupada por alguem que nos convida a tomar assento a sua mesa. Se isso acontecer, vocês nem imaginam como é maravilhoso a experiência de compartilhar idéias, pontos de vista, opiniões e impressões com outras pessoas especialmente se forem recém-conhecidos.
Quando vamos sozinhos ao restaurante a maioria das pessoas prefere almoçar sem a companhia de estranhos, mas quando sentamos com alguém, via de regra surge uma prosa interessante, pois todas as pessoas são interessantes. Sempre temos algo a aprender com alguém, por mais inesperado que seja.
É bom partilhar as nossas inquietudes com outras pessoas. Elas se sentem importantes e valorizadas, e sempre têm alguma contribuição a nos ensinar. Muitos relacionam felicidade com a satisfação de seus desejos. Porém o desejo só existe enquanto não for alcançado. Você pode pensar que será feliz somente se, por exemplo, obtiver certos bens materiais. Porém, alcançar um desejo é apenas o início de novos desejos. No momento em que você o realiza, surgem outros, você passa a desejar mais, pois sempre haverá algo a ser almejado.
Outros confundem felicidade com prazer, porém, a felicidade que advém unicamente do prazer é instável, frágil, especialmente se for prazer físico. Uma vez desaparecido o objeto do prazer, ela deixa de existir.
Para os budistas, a felicidade é desapego, é libertação dos desejos. Para eles, as boas ações que você vai acumulando formam o seu “Campo do Mérito”, constituído pelos registros positivos de nossa mente, que resultam de todas as ações positivas.
O estoque de mérito é que vai determinar as condições favoráveis para as vidas futuras, dizem eles. Um meio de acumular méritos envolve a tolerância, respeito, confiança nas outras pessoas.
A felicidade está diante de nós, aqui e agora. Não a deixemos passar.
(Adaptação do texto "Onde Está a Felicidade" publicado no blog do Rotary Club do Crato)
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